A pele rosada de Seu Elias destoa da maioria dos piauienses que freqüentam seu restaurante. Com a aparência de um gringo, ele é o proprietário do Camarão do Elias. O simpático senhor adora recepcionar seus fregueses. Depois de levá-los à mesa, gosta de sugerir os pedidos. “Se o nome do restaurante é Camarão do Elias, é claro que vou recomendar um camarão a quem vem aqui pela primeira vez. Que tal um camarão ao curry?”, pergunta Elias. Apaixonado por frutos-do-mar, ele também costuma sugerir peixes frescos como pescada amarela e robalo, além de lagosta e pitu.
Seu Elias se levanta da mesa e indica a direção da cozinha. Ele faz questão de mostrar os bastidores do restaurante e, de forma orgulhosa, vai indicando o nome de cada um de seus funcionários. Em seguida, abre as geladeiras e freezers para mostrar a beleza de sua matéria-prima: “olha o tamanho desse camarão rosa! Uma maravilha, não?”.
O restaurante Camarão do Elias funciona desde 1980, num bairro residencial de Teresina. O ambiente é simples: uma varanda com ventiladores no teto e pouca decoração nas paredes. Num canto, há álbuns de fotografias que mostram Seu Elias junto aos inúmeros clientes conquistados ao longo dos anos de funcionamento da casa.
De volta ao salão, Seu Elias aponta para um quadro. Nele está o reconhecimento do Guia 4 Rodas com suas cobiçadas estrelas. “São tantos os quadros, que penduro no salão somente a primeira estrela, em 1989, e a última, a deste ano”. Após levar o cliente de volta à mesa, Seu Elias chama o garçom: “peça um pouquinho de vatapá lá na cozinha”. Minutos depois, a iguaria chega em uma pequena travessa. Sem cerimônia, Seu Elias acrescenta ao vatapá um generoso fio de azeite e algumas gotas de pimenta: “agora está supimpa”.
O anfitrião tem razão; a receita é equilibrada e bastante aromática. Em seguida, uma panela de barro é posta à mesa. Dentro dela, camarões rosados flutuam em meio ao borbulhante molho de curry. O garçom serve uma concha com crustáceos graúdos e depois a guarnição de arroz com alho. Seu Elias, cumprimentando outro freguês, sorri de longe, satisfeito de ver a clientela se deliciar com sua comida. (Texto extraido do site www.brasilsabor.com.br/por/roteiros/artigo/50)
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